Radar de Mercado: Índice imobiliário lidera B3, Governo Federal destina R$ 40 bi para "Reforma Casa Brasil"

Setor se destaca com valorização na bolsa, novos programas habitacionais e movimentações regionais

17 de outubro de 2025Mercado Imobiliário
Por Isabella Toledo

O mercado imobiliário brasileiro se consolidou como o grande destaque da B3 em 2025, com o Índice Imobiliário (IMOB B3) registrando a maior valorização entre todos os indicadores de renda variável no país. 

O levantamento da bolsa mostrou que o IMOB acumulou um crescimento de impressionantes 66,46% até setembro, refletindo um momento favorável para companhias do setor - comprovado pelo desempenho de ações individuais que compõem o índice, como a da MRV Engenharia, que subiu quase 20%, e a JHSF, com valorização de 65,11% no ano. 

Governo destina R$ 40 bilhões para novo programa de reformas

O governo federal anunciou o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, previsto para a próxima segunda-feira (20), com o objetivo de oferecer crédito facilitado e apoio técnico para reformas e melhorias em moradias. 

O programa, que contará com um total de R$ 40 bilhões em crédito habitacional e tem como meta inicial atingir 1,5 milhão de contratações, visa beneficiar famílias que já possuem casa própria, mas enfrentam problemas estruturais e de adequação, como telhados danificados, pisos comprometidos, instalações elétricas e hidráulicas precárias, falta de acessibilidade ou necessidade de ampliação. 

Recife, Florianópolis e São Paulo destacam-se em lançamentos

Um estudo da ABRAINC, com dados de 12 capitais brasileiras, revelou um forte crescimento no Valor Geral de Vendas (VGV) consolidado, com os lançamentos subindo 50% e as vendas avançando 43% em comparação com o ano anterior. Em unidades, o aumento foi de 24% nos lançamentos e 29% nas vendas, refletindo um mercado em recuperação. 

Dentre as líderes em VGV de lançamentos, Florianópolis apresentou o maior salto (+367%), enquanto São Paulo confirmou sua posição como maior mercado do país com 89% de alta, e Recife se destacou com 98% de aumento de novas unidades - demonstrando que a demanda por imóveis permanece aquecida apesar das condições de juros altos.

Transações regionais movimentam o setor

A Prefeitura de São Paulo selecionou 16 empreendimentos para o 3º Chamamento Público, investindo cerca de R$ 200 milhões para custear retrofits no Centro. O programa visa requalificar edifícios tradicionais, como o Edifício 7 de Abril (R$ 21 mi) e o Copan (R$ 13 mi), no perímetro do Programa Requalifica Centro.

Prefeitura de Maricá (RJ) está investindo R$ 42 milhões na construção do Plaza Maricá, um shopping center no qual terá uma participação temporária de 49%. O objetivo, financiado por receitas do Fundo Soberano de petróleo, é acelerar o desenvolvimento local e estimular novos investimentos.

O mercado imobiliário de Cuiabá movimentou R$ 1,46 bilhão no terceiro trimestre, impulsionado por um crescimento de 18,7% no volume de transações. O avanço é puxado pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que responde pela maioria das vendas de imóveis de menor valor.

A Paraíba registrou o metro quadrado mais caro da construção civil no Nordeste em setembro, atingindo R$ 1.817,93, conforme o IBGE/SINAPI. O custo no estado teve uma variação mensal de 3,35%, superando a média regional e impulsionado pela capital, João Pessoa.

A valorização extrema de Balneário Camboriú está expandindo para cidades vizinhas em Santa Catarina. Municípios como Balneário Piçarras e Penha, com m² na faixa dos R$ 20 mil, atraem construtoras e investidores por oferecerem oportunidades de alto padrão mais acessíveis.