GRI InstitutePara 54% dos investidores do mercado imobiliário, prêmio de risco no Brasil ainda é insuficiente
Incerteza eleitoral, juros altos e reforma tributária preocupam o setor, mas segmentos emergentes e adoção de tecnologia surgem como oportunidades estratégicas
12 de dezembro de 2025Mercado Imobiliário
Escrito por:Isabella Toledo
Principais Insights
- A perspectiva de juros altos e incerteza política tende a manter o mercado imobiliário brasileiro cauteloso, com 61% dos investidores projetando a Selic entre 12% e 14% até o final de 2026.
- 54% dos investidores consideram o prêmio de risco atual insuficiente, mas destacam segmentos como multifamily, data centers e logística como apostas de longo prazo.
- A reforma tributária deve aumentar os custos dos projetos, mas pode beneficiar setores como imóveis corporativos, residenciais e loteamentos, com foco na atração de capital estrangeiro.
- A inteligência artifical já é amplamente adotada no setor para melhorar a eficiência, mas ainda enfrenta desafios culturais e de gestão, com a liderança tecnológica sendo crucial para o sucesso.
Uma análise exclusiva do GRI Institute, baseada em insights dos líderes presentes no Brazil GRI 2025, revela uma perspectiva de cautela e estabilidade para o cenário imobiliário brasileiro em 2026, fortemente influenciada pelas expectativas de juros altos e incerteza política.
No quesito monetário, há um consenso expressivo de que o custo do dinheiro permanecerá elevado: 61% dos respondentes projetam a taxa Selic entre 12% e 14% ao final de 2026, com outros 20% acreditando que ela superará o patamar de 14%.
Esse cenário de juros altos é apontado justamente como o maior risco macroeconômico para o setor por 49% dos participantes, superando significativamente o temor de uma crise fiscal (32%), desvalorização cambial (10%) ou inflação (9%).
Além disso, o fator político exercerá forte influência: para 62% dos votantes, o principal impacto das eleições presidenciais será a geração de incertezas, levando ao congelamento de investimentos. Apenas 13% acreditam que o pleito terá impacto nulo devido à resiliência do mercado.
Apenas 25% dos participantes consideram os retornos atrativos em comparação a outros mercados emergentes, enquanto 13% limitam essa vantagem apenas ao capital estrangeiro beneficiado pelo câmbio.
Diante desse panorama desafiador, as estratégias corporativas tendem à conservação. Ao serem questionados sobre os planos de investimento para 2026 em comparação a 2025, a maioria dos players (41%) planeja manter o volume estável, enquanto 29% preveem um aumento moderado (até 20%).
Somente 15% das empresas sinalizam uma expansão agressiva (acima de 20%), mesma proporção daquelas que pretendem reduzir seus investimentos, indicando um mercado que prioriza a defesa de portfólio em detrimento de movimentos arriscados de expansão.
Apesar do ceticismo geral, existem teses de alta convicção para a próxima década. Os segmentos de multifamily (aprox. 28%), data centers (24%) e logística (21%) concentram a preferência maciça para investimentos de longo prazo.
A preocupação com os custos é evidente: 59% dos participantes projetam que o principal impacto da reforma em projetos greenfield será o aumento do custo total devido à elevação da carga tributária.
Uma parcela de 31% acredita em um impacto financeiro neutro, porém com maior complexidade de gestão, enquanto apenas 10% vislumbram uma redução de custos baseada no crédito amplo do imposto.
No que tange à competitividade dos veículos de investimento, as holdings patrimoniais são apontadas como as mais impactadas por 50% dos respondentes, seguidas pelas estruturas de SPE/SCP (Sociedade de Propósito Específico/Sociedade em Conta de Participação) de incorporação (33%) e, em menor escala, pelos fundos de investimento imobiliário (17%).
Em contrapartida, ao avaliar quais ativos mais se beneficiam da simplificação proposta, os imóveis corporativos lideram a preferência com 39%, à frente dos setores residencial e de loteamentos, ambos empatados com 28%.
Por fim, a visão sobre o capital externo é de um otimismo cauteloso. Para a grande maioria (85%), a reforma deve melhorar ligeiramente a atração de investimento estrangeiro, embora o foco central desses investidores continue sendo a tributação sobre o capital.
No que se refere ao impacto estratégico para os próximos 5 anos, as opiniões se dividem principalmente entre duas frentes: 45% dos respondentes acreditam que o maior benefício será a redução de custos operacionais e aumento de eficiência, enquanto 42% apostam na transformação da experiência do usuário e personalização de produtos.
Isso se reflete no uso atual das ferramentas: 52% das empresas já utilizam amplamente ferramentas de IA generativa no dia a dia, e 18% aplicam automação de processos por meio de bots.
Por fim, os gargalos para uma adoção bem-sucedida não são puramente técnicos, mas gerenciais. A liderança com visão tecnológica é apontada por 42% como o fator determinante para o sucesso, superando a própria disponibilidade e qualidade dos dados internos (30%).
No quesito monetário, há um consenso expressivo de que o custo do dinheiro permanecerá elevado: 61% dos respondentes projetam a taxa Selic entre 12% e 14% ao final de 2026, com outros 20% acreditando que ela superará o patamar de 14%.
Esse cenário de juros altos é apontado justamente como o maior risco macroeconômico para o setor por 49% dos participantes, superando significativamente o temor de uma crise fiscal (32%), desvalorização cambial (10%) ou inflação (9%).
Além disso, o fator político exercerá forte influência: para 62% dos votantes, o principal impacto das eleições presidenciais será a geração de incertezas, levando ao congelamento de investimentos. Apenas 13% acreditam que o pleito terá impacto nulo devido à resiliência do mercado.
Investidores apostam em teses emergentes
Os resultados sobre investimentos revelam um cenário predominante de cautela, onde 54% dos investidores avaliam que o prêmio de risco imobiliário atual é insuficiente para compensar a instabilidade macroeconômica.Apenas 25% dos participantes consideram os retornos atrativos em comparação a outros mercados emergentes, enquanto 13% limitam essa vantagem apenas ao capital estrangeiro beneficiado pelo câmbio.
Diante desse panorama desafiador, as estratégias corporativas tendem à conservação. Ao serem questionados sobre os planos de investimento para 2026 em comparação a 2025, a maioria dos players (41%) planeja manter o volume estável, enquanto 29% preveem um aumento moderado (até 20%).
Somente 15% das empresas sinalizam uma expansão agressiva (acima de 20%), mesma proporção daquelas que pretendem reduzir seus investimentos, indicando um mercado que prioriza a defesa de portfólio em detrimento de movimentos arriscados de expansão.
Apesar do ceticismo geral, existem teses de alta convicção para a próxima década. Os segmentos de multifamily (aprox. 28%), data centers (24%) e logística (21%) concentram a preferência maciça para investimentos de longo prazo.
Reforma pode beneficiar escritórios, residenciais e loteamentos?
A análise dos dados sobre a reforma tributária indica uma expectativa majoritária de encarecimento dos projetos e mudanças significativas na estruturação de veículos de investimento.A preocupação com os custos é evidente: 59% dos participantes projetam que o principal impacto da reforma em projetos greenfield será o aumento do custo total devido à elevação da carga tributária.
Uma parcela de 31% acredita em um impacto financeiro neutro, porém com maior complexidade de gestão, enquanto apenas 10% vislumbram uma redução de custos baseada no crédito amplo do imposto.
No que tange à competitividade dos veículos de investimento, as holdings patrimoniais são apontadas como as mais impactadas por 50% dos respondentes, seguidas pelas estruturas de SPE/SCP (Sociedade de Propósito Específico/Sociedade em Conta de Participação) de incorporação (33%) e, em menor escala, pelos fundos de investimento imobiliário (17%).
Em contrapartida, ao avaliar quais ativos mais se beneficiam da simplificação proposta, os imóveis corporativos lideram a preferência com 39%, à frente dos setores residencial e de loteamentos, ambos empatados com 28%.
Por fim, a visão sobre o capital externo é de um otimismo cauteloso. Para a grande maioria (85%), a reforma deve melhorar ligeiramente a atração de investimento estrangeiro, embora o foco central desses investidores continue sendo a tributação sobre o capital.
IA é amplamente adotada por maioria
A análise da pesquisa sobre o uso de inteligência artificial (IA) no real estate revela um setor que já adota a tecnologia para ganho de eficiência e marketing, mas que ainda enfrenta desafios culturais e de dados para uma transformação mais profunda.No que se refere ao impacto estratégico para os próximos 5 anos, as opiniões se dividem principalmente entre duas frentes: 45% dos respondentes acreditam que o maior benefício será a redução de custos operacionais e aumento de eficiência, enquanto 42% apostam na transformação da experiência do usuário e personalização de produtos.
Isso se reflete no uso atual das ferramentas: 52% das empresas já utilizam amplamente ferramentas de IA generativa no dia a dia, e 18% aplicam automação de processos por meio de bots.
Por fim, os gargalos para uma adoção bem-sucedida não são puramente técnicos, mas gerenciais. A liderança com visão tecnológica é apontada por 42% como o fator determinante para o sucesso, superando a própria disponibilidade e qualidade dos dados internos (30%).