
Mercado imobiliário do Rio reage e atrai atenção do capital privado
Plano Diretor, reocupação do centro e investimentos em inovação moldam o novo momento do mercado carioca
Após anos de instabilidade e retração, o mercado imobiliário do Rio de Janeiro parece, enfim, reconquistar a confiança de alguns investidores e incorporadores. É o que revela o novo relatório publicado pelo GRI Club, com base nas discussões realizadas durante o GRI Rio 2025, encontro que reuniu autoridades públicas, gestores de fundos, incorporadores e líderes do setor para traçar um diagnóstico da cidade e apontar caminhos concretos para sua valorização.
O novo Plano Diretor, sancionado em 2024, tem sido um marco para destravar investimentos e redesenhar o futuro urbano da capital fluminense. "Oferece um ambiente regulatório coeso, com regras claras e atualizadas, capazes de suportar o crescimento sustentável da cidade", destaca o presidente de uma incorporadora.
Investimentos em alta, desafios ainda presentes
O relatório revela que o Rio vive um momento de transição: há uma percepção de melhora no ambiente de negócios, mas obstáculos históricos - como segurança pública e instabilidade institucional - continuam a exigir atenção.
Ainda assim, os números são animadores: o volume de lançamentos habitacionais cresceu 37,3% em 2024 em relação ao ano anterior, com destaque para unidades compactas, como mostram dados da Brain Inteligência Estratégica.
A região central da cidade voltou ao radar. Projetos como o Reviver Centro e o uso estratégico da infraestrutura do Porto Maravilha têm potencial para impulsionar os segmentos de escritórios e residencial.
Neste último, o protagonismo é notável. O setor se mostra o mais dinâmico do momento, apoiado pela colaboração entre poder público e iniciativa privada. Bairros como Botafogo e a Zona Sul continuam atraindo lançamentos de alto padrão, enquanto o Centro e a Zona Norte ganham atenção estratégica para habitação mais acessível.
Setores com potencial
O turismo voltou a movimentar a cidade - e isso se reflete no interesse pelo setor hoteleiro. Eventos como o G20 e o Rock in Rio têm contribuído para aumentar a taxa de ocupação e provocar especulação sobre novos projetos.
“As viagens corporativas estão voltando com força, e as empresas enfrentam o desafio de encaixar diárias mais caras em seus orçamentos”, pontua um executivo do setor.
O mercado de luxo também mostra vigor. E no campo da inovação, os data centers surgem como nova fronteira de desenvolvimento.
Olhos atentos ao futuro
Apesar do entusiasmo, a liquidez de ativos comerciais e a retomada da ocupação de escritórios ainda preocupam. O movimento de flight to quality (migração para imóveis de maior padrão) ajuda a explicar a vacância persistente, mas também abre espaço para reposicionamento e retrofit de ativos.
“Nosso portfólio hoje é maior no Rio do que em São Paulo. Vemos um ambiente pró-negócios, e isso precisa continuar. O Rio é uma porta de entrada para o Brasil”, afirma a sócia de uma gestora.
Para uma análise completa dos setores em destaque, transformações urbanísticas e perspectivas para os próximos anos, acesse o relatório completo abaixo:
