GRI InstituteFunding no centro-oeste: Acesso a capital, escala e impacto
Líderes do setor discutem alternativas de financiamento e estratégias para impulsionar o crescimento da região
26 de setembro de 2025Mercado Imobiliário
por Isabella Toledo
O mercado imobiliário do Centro-Oeste se encontra em um cenário desafiador, mas ao mesmo tempo apresenta grandes oportunidades. Embora a região tenha demonstrado resiliência diante das dificuldades econômicas do país, as taxas de juros elevadas e a escassez de crédito impõem obstáculos significativos ao crescimento do setor.
Nesse contexto, ampliar o acesso ao capital e garantir escala aos empreendimentos tornou-se uma prioridade para os líderes do setor. Para discutir esses desafios e identificar possíveis soluções, o GRI Institute promoveu a roundtable “Funding no Centro-Oeste”.
Cenário atual de lançamentos, vendas e valorização
Segundo a pesquisa apresentada pela Brain Inteligência Estratégica durante o encontro, o Centro-Oeste representa 5,1% dos lançamentos imobiliários, 5,2% das vendas e 7,4% da oferta final de unidades no Brasil.
Apesar de uma queda de 27,6% nos lançamentos de 2024 para 2025 e uma redução de 25% nas vendas, a região continua a ser um mercado atraente e promissor.
O preço médio por metro quadrado na região tem mostrado uma valorização constante desde 2021, com um aumento de 10,6% entre o 2T 2024 e o 2T 2025, refletindo o crescimento da demanda por imóveis de médio e alto padrão.
O segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que representa 4% das unidades vendidas, continua a ser essencial para sustentar a base da demanda, embora com um volume de lançamentos proporcionalmente menor do que em outras regiões do Brasil.
O mercado de capitais como alternativa principal
O mercado imobiliário do Centro-Oeste, tradicionalmente baseado em financiamento, como o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), busca alternativas no mercado de capitais como uma solução mais flexível e adaptada à realidade atual de altas taxas de juros e escassez de crédito.
A região é particularmente sensível a essas mudanças, pois o custo de obra, que pode representar de 60% a 70% do total de um projeto, faz com que qualquer aumento no custo de financiamento impacte mais fortemente a região em comparação com outras.
Neste cenário, 54% das empresas do setor já consideram o mercado de capitais como uma alternativa viável, com destaque para produtos como Fundos Imobiliários (FII) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
As alternativas de financiamento oferecem soluções mais adaptáveis aos desafios específicos de cada projeto, garantindo segurança e rentabilidade, tanto para investidores institucionais quanto para o investidor de varejo, que vê o lastro no tijolo como uma proteção confiável para seu capital.
Embora o mercado de capitais não substitua o SBPE, ele tem se mostrado uma alternativa complementar. Além disso, operações de CRI voltadas para obra e estoque estão se expandindo, permitindo que os incorporadores diversifiquem suas fontes de financiamento.
O caminho para a profissionalização
Muitas incorporadoras, ao se depararem com o mercado de capitais pela primeira vez, enfrentam a necessidade de entender as novas estruturas de financiamento e as regras desse ambiente dinâmico.
Diferente do SBPE, que historicamente ofereceu taxas de juros estáveis e previsíveis, o mercado de capitais exige uma adaptação rápida às flutuações do mercado e às exigências dos investidores.
Para atender a essas exigências, as empresas precisam adotar práticas robustas de governança corporativa e construir uma cultura empresarial voltada para a flexibilidade financeira.
O movimento já está em curso, com grandes players do mercado antecipando a necessidade de estruturar suas operações e buscando parcerias estratégicas com fundos de investimento em operações de longo prazo de até 20 anos, modelo comum em mercados mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Chile.
Essa estratégia de financiamento mais duradoura permite que as incorporadoras se adaptem ao novo cenário, garantindo sustentabilidade financeira e adequação às novas demandas do mercado de capitais.
***
Participe do GRI Funding Opportunities Brazil 2025, que acontece em 23 de outubro em São Paulo. O fórum reunirá investidores, financiadores e líderes do setor para debater soluções inovadoras e diversificadas para financiamento imobiliário.
O mercado imobiliário do Centro-Oeste se encontra em um cenário desafiador, mas ao mesmo tempo apresenta grandes oportunidades. Embora a região tenha demonstrado resiliência diante das dificuldades econômicas do país, as taxas de juros elevadas e a escassez de crédito impõem obstáculos significativos ao crescimento do setor.
Nesse contexto, ampliar o acesso ao capital e garantir escala aos empreendimentos tornou-se uma prioridade para os líderes do setor. Para discutir esses desafios e identificar possíveis soluções, o GRI Institute promoveu a roundtable “Funding no Centro-Oeste”.
Cenário atual de lançamentos, vendas e valorização
Segundo a pesquisa apresentada pela Brain Inteligência Estratégica durante o encontro, o Centro-Oeste representa 5,1% dos lançamentos imobiliários, 5,2% das vendas e 7,4% da oferta final de unidades no Brasil.
Apesar de uma queda de 27,6% nos lançamentos de 2024 para 2025 e uma redução de 25% nas vendas, a região continua a ser um mercado atraente e promissor.
O preço médio por metro quadrado na região tem mostrado uma valorização constante desde 2021, com um aumento de 10,6% entre o 2T 2024 e o 2T 2025, refletindo o crescimento da demanda por imóveis de médio e alto padrão.
O segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que representa 4% das unidades vendidas, continua a ser essencial para sustentar a base da demanda, embora com um volume de lançamentos proporcionalmente menor do que em outras regiões do Brasil.
O mercado de capitais como alternativa principal
O mercado imobiliário do Centro-Oeste, tradicionalmente baseado em financiamento, como o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), busca alternativas no mercado de capitais como uma solução mais flexível e adaptada à realidade atual de altas taxas de juros e escassez de crédito.
A região é particularmente sensível a essas mudanças, pois o custo de obra, que pode representar de 60% a 70% do total de um projeto, faz com que qualquer aumento no custo de financiamento impacte mais fortemente a região em comparação com outras.
Neste cenário, 54% das empresas do setor já consideram o mercado de capitais como uma alternativa viável, com destaque para produtos como Fundos Imobiliários (FII) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
As alternativas de financiamento oferecem soluções mais adaptáveis aos desafios específicos de cada projeto, garantindo segurança e rentabilidade, tanto para investidores institucionais quanto para o investidor de varejo, que vê o lastro no tijolo como uma proteção confiável para seu capital.
Embora o mercado de capitais não substitua o SBPE, ele tem se mostrado uma alternativa complementar. Além disso, operações de CRI voltadas para obra e estoque estão se expandindo, permitindo que os incorporadores diversifiquem suas fontes de financiamento.
O caminho para a profissionalização
Muitas incorporadoras, ao se depararem com o mercado de capitais pela primeira vez, enfrentam a necessidade de entender as novas estruturas de financiamento e as regras desse ambiente dinâmico.
Diferente do SBPE, que historicamente ofereceu taxas de juros estáveis e previsíveis, o mercado de capitais exige uma adaptação rápida às flutuações do mercado e às exigências dos investidores.
Para atender a essas exigências, as empresas precisam adotar práticas robustas de governança corporativa e construir uma cultura empresarial voltada para a flexibilidade financeira.
O movimento já está em curso, com grandes players do mercado antecipando a necessidade de estruturar suas operações e buscando parcerias estratégicas com fundos de investimento em operações de longo prazo de até 20 anos, modelo comum em mercados mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Chile.
Essa estratégia de financiamento mais duradoura permite que as incorporadoras se adaptem ao novo cenário, garantindo sustentabilidade financeira e adequação às novas demandas do mercado de capitais.
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Participe do GRI Funding Opportunities Brazil 2025, que acontece em 23 de outubro em São Paulo. O fórum reunirá investidores, financiadores e líderes do setor para debater soluções inovadoras e diversificadas para financiamento imobiliário.