
Faria Lima: Pontos de atenção para o setor imobiliário em novo leilão
Venda de CEPACs é uma oportunidade para novos projetos, mas preço de títulos e transição de zoneamento exigem análise
25 de julho de 2025Mercado Imobiliário
Por Rodrigo Bicalho
O leilão de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) da Operação Urbana Consorciada Faria Lima é um tema recorrente e de grande interesse nas discussões do GRI Institute.
Esses títulos representam uma oportunidade única para realizar a construção de imóveis em uma das áreas mais cobiçadas e valorizadas de São Paulo, permitindo que os empreendimentos no perímetro da operação possam utilizar metros quadrados adicionais. Contudo, o processo envolve uma série de desafios e pontos de preocupação que merecem atenção, tanto para os investidores quanto para as construtoras.
Serão disponibilizados 164.509 títulos, mas esse leilão não vem sem desafios. Caso todos os títulos sejam vendidos, o estoque remanescente será drasticamente reduzido, o que levanta a questão de como os investidores se posicionarão diante da oferta limitada.
Pontos de atenção:
O leilão de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) da Operação Urbana Consorciada Faria Lima é um tema recorrente e de grande interesse nas discussões do GRI Institute.
Esses títulos representam uma oportunidade única para realizar a construção de imóveis em uma das áreas mais cobiçadas e valorizadas de São Paulo, permitindo que os empreendimentos no perímetro da operação possam utilizar metros quadrados adicionais. Contudo, o processo envolve uma série de desafios e pontos de preocupação que merecem atenção, tanto para os investidores quanto para as construtoras.
Preocupações e desafios no horizonte
O último leilão, realizado em 2021, deixou diversos projetos imobiliários paralisados, aguardando a liberação de novos CEPACs pela Prefeitura. A boa notícia é que, após uma longa espera, a Prefeitura de São Paulo anunciou a realização do próximo leilão, agendado para o dia 19 de agosto, às 12h30.Serão disponibilizados 164.509 títulos, mas esse leilão não vem sem desafios. Caso todos os títulos sejam vendidos, o estoque remanescente será drasticamente reduzido, o que levanta a questão de como os investidores se posicionarão diante da oferta limitada.
Pontos de atenção:
- Preço elevado: O preço mínimo para cada CEPAC foi fixado em R$17.601 mil. Este valor tem sido amplamente considerado elevado, o que pode comprometer a viabilidade financeira de alguns projetos.
A pressão por rentabilidade e os custos adicionais podem tornar a equação desfavorável para muitos empreendimentos, especialmente em um cenário de mercado mais cauteloso.
- Cálculo: A relação entre o número de CEPACs e os metros quadrados varia conforme o tipo de empreendimento (residencial ou comercial) e o setor onde o projeto está localizado.
Com diferentes critérios aplicáveis para cada um dos quatro setores da Operação Urbana (Pinheiros, Faria Lima, Olimpíadas e Helio Pelegrino), o processo de cálculo torna-se complexo. Essa incerteza pode gerar dificuldades para as empresas interessadas, que precisam fazer projeções financeiras detalhadas e adaptadas às especificidades de cada área.
- Transição para o Zoneamento Geral: Após o esgotamento do estoque de CEPACs, a região da Faria Lima passará por um período de transição de cinco anos, quando a área será ajustada para o zoneamento geral da cidade.
Porém, as regras para essa transição ainda não foram claramente definidas pela Prefeitura, o que gera um cenário de incerteza quanto à futura utilização da área. Essa falta de clareza pode afetar as decisões de longo prazo dos investidores, pois não há previsões exatas de como o mercado local se comportará após o esgotamento dos CEPACs.
Impactos positivos
Apesar desses desafios, o leilão traz consigo uma oportunidade significativa para o mercado imobiliário de São Paulo. Os recursos arrecadados com a venda dos CEPACs serão destinados a obras de infraestrutura e mobilidade urbana na região, além de importantes projetos de habitação social e regularização fundiária, especialmente em áreas como a comunidade de Paraisópolis. Esses investimentos têm o potencial de gerar impactos positivos, não apenas para a região da Faria Lima, mas para a cidade como um todo.
Rodrigo Bicalho é sócio do escritório Bicalho Navarro Advogados.