Radar de Mercado: rodovias paulistas e túnel Santos-Guarujá movimentam leilões

Leilão do Tecon Santos 10 sofre novo atraso e Congresso acelera mudanças no setor elétrico

9 de setembro de 2025Infraestrutura
Por Belén Palkovsky 

O GRI Institute estreia nesta terça-feira (09) o Radar de Mercado: um resumo semanal das principais notícias e movimentações do setor de infraestrutura e energia no Brasil. Confira a seguir!

Concessão rodoviária no interior paulista

O fundo Infra Br V, do Pátria, venceu o leilão do Lote Rodoviário Paranapanema ao oferecer deságio de 11,6% sobre a contraprestação pública de R$ 310 milhões. O contrato, válido por 30 anos, prevê investimentos de R$ 5,8 bilhões em 285 km de rodovias, incluindo a duplicação de 147 km e a construção de 29 passarelas. A modernização deve transformar a Raposo Tavares em novo corredor estratégico de escoamento do agronegócio rumo ao Porto de Santos.

Finalizado leilão do Túnel Santos-Guarujá

A portuguesa Mota-Engil, em parceria com a chinesa CCCC, será responsável pela construção do túnel submerso que ligará Santos a Guarujá. O projeto, modelado como PPP, prevê R$6,8 bilhões em investimentos e aporte público de R$5,14 bilhões. Com extensão de 1,5 km, sendo 870 metros imersos, a obra deve durar cinco anos e promete melhorar a mobilidade na Baixada Santista, ainda que imponha riscos e impacto às operações do Porto de Santos durante a execução.

Leilão do Tecon Santos 10 poderia ficar para 2026

O processo de licitação do maior terminal de contêineres do país enfrenta novo atraso. O Tribunal de Contas da União (TCU) concedeu prazo até 26 de setembro para que o Ministério de Portos e Aeroportos apresente respostas às recomendações da área técnica, que questionou a modelagem faseada do leilão. Além disso, o relator Antonio Anastasia solicitou parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre eventuais riscos concorrenciais, o que torna cada vez mais improvável a realização do leilão ainda em 2025.

Fusão no saneamento

As concessionárias Aegea e Iguá discutem uma possível fusão, diante da pressão de investimentos obrigatórios bilionários da Iguá. A operação pode redefinir o setor, enquanto acionistas - como a canadense AIMCo e o BNDESPar - avaliam reduzir ou mesmo se desfazer de suas participações. 

Mercado de energia em transformação

A MP 1.300/2025, aprovada em comissão do Congresso na semana que passou, pode abrir o mercado de energia e reduzir tarifas para a classe média, segundo o Ministério de Minas e Energia. A proposta ainda precisa ser votada em plenário até 17 de setembro. Apesar do otimismo do governo com a maior concorrência entre fornecedores, associações do setor alertam para riscos de insegurança jurídica, sobretudo no caso de consumidores que geram sua própria energia, diante da possibilidade de novas cobranças fixas.

Autonomia das agências reguladoras em pauta

A Comissão de Infraestrutura do Senado analisará dois projetos que reforçam a independência das agências reguladoras: o PLP 73/2025, que exclui essas autarquias de cortes orçamentários quando custeadas por receitas próprias, taxas de fiscalização ou fundos específicos, e o PL 1374/2025, que detalha a autonomia administrativa das entidades federais. O relator, senador Laércio Oliveira (PP-SE), alerta que a falta de recursos pode inviabilizar o funcionamento do sistema regulatório nacional.