Radar de Mercado: FIIs ultrapassam R$ 180 bi na B3, enquanto SBPE soma R$ 14.8 bi em financiamentos

Em paralelo, mudanças no FGTS reforçam demanda habitacional; consumidores ainda resistem à uso de IA nas compras de imóveis

5 de dezembro de 2025Mercado Imobiliário
Escrito por:Isabella Toledo
O estoque de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) na B3 ultrapassou a marca de R$ 180 bilhões, sinalizando consolidação do segmento e atração crescente de investidores. 

“Os FIIs alcançaram um novo patamar de maturidade no Brasil em 2025: deixaram de ser apenas instrumentos de renda e passaram a integrar de forma estratégica o portfólio do investidor,” disse Marcos Skistymas, diretor de produtos da B3, ao Metro Quadrado.

O levantamento também listou os cinco FIIs mais negociados em 2025, destacando fundos que se tornaram referência em liquidez e atração de investidores:
  • CPLG11: fundo logístico;
  • MXRF11: fundo híbrido; 
  • XPML11: fundo de tijolo, com ativos em shoppings;
  • CPUR11: fundo híbrido;
  • HGLG11: fundo focado em galpões logísticos e ativos industriais.
Paralelamente, as iniciativas de captação de recursos seguem em alta: a Planta.Inc captou R$ 205 milhões por meio de um fundo imobiliário estruturado pela JiveMauá, criado para retrofitar edifícios de uso misto e transformá-los em ativos residenciais voltados para renda. 

Além disso, a JHSF Capital anunciou a captação de R$ 780 milhões para o seu fundo especializado em shopping centers, considerado “puro sangue” - com ativos em operação concentrados em uma vertical de negócios da própria companhia.

Alterações no crédito e projetos de lei impactam setor imobiliário 

Uma mudança regulatória histórica, aprovada pelo Conselho Curador do FGTS, permite que o fundo seja utilizado em qualquer financiamento imobiliário dentro do novo teto de R$ 2,25 milhões, independentemente da data de assinatura do contrato.

Ao mesmo tempo, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) reportou que os empréstimos concedidos em outubro atingiram cerca de R$ 14,8 bilhões, demonstrando que, mesmo em um cenário econômico desafiador, há uma demanda significativa por crédito imobiliário.

Em outra possível mudança regulatória, um projeto de lei em tramitação propõe a proibição do uso de dinheiro vivo nas transações de compra e venda de imóveis, visando aumentar a formalização e a segurança jurídica nas negociações.

IA facilita busca, mas consumidores preferem atendimento humano

A adoção da Inteligência Artificial (IA) no mercado imobiliário brasileiro cresce especialmente nas fases iniciais da jornada, com a busca e comparação de imóveis, trazendo maior agilidade e eficiência para potenciais clientes. 

Apesar disso, a consumação da compra com apoio apenas da IA permanece excepcional: apenas 1% das transações são realizadas totalmente de forma digital, já que 88% dos compradores ainda preferem contar com atendimento humano, segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica.

Esse cenário sinaliza que, embora a IA desempenhe um papel relevante como ferramenta de apoio e pré‑seleção de imóveis, o valor do atendimento humano - seja pela confiança, pela facilitação das negociações ou pelo suporte em processos burocráticos - continua predominante.