
O tesouro imobiliário perdido nas empresas
Além da venda direta, estratégia de sale and leaseback ganha espaço para liberar capital e fortalecer o caixa, aponta JLL
12 de agosto de 2025Mercado Imobiliário
Por Paulo Casoni
Entre os ativos esquecidos pelas empresas brasileiras, existe um potencial financeiro adormecido que muitas organizações não percebem ou simplesmente ignoram: seu patrimônio imobiliário. Empresas de diversos segmentos, cuja atividade principal não está no mercado de propriedades, frequentemente possuem bens operacionais e não operacionais que representam um verdadeiro ativo mal explorado.
Com a taxa básica de juros em patamares elevados no Brasil, manter imóveis não operacionais no balanço significa arcar com um alto custo. Esses ativos geram despesas constantes de manutenção, segurança, impostos e seguros, embora pudessem ser convertidos em recursos mais produtivos.
Ainda que negociada abaixo do valor de mercado, a venda desses imóveis pode aprimorar o capital de giro da empresa e, mais estrategicamente, prover a liquidez necessária para reduzir o endividamento. Num cenário de alto custo de capital, a diminuição do passivo financeiro representa uma significativa economia em despesas com juros.
Imóveis operacionais também podem ser uma fonte de recursos valiosos através de operações de sale and leaseback (venda com locação simultânea). Nesta modalidade, a empresa transfere o imóvel a um investidor e, simultaneamente, firma um contrato de locação de longo prazo. Isso permite que a organização continue usando o espaço para suas operações, enquanto libera o capital que estava anteriormente imobilizado no ativo.
Essa estratégia pode melhorar indicadores como retorno sobre ativos (ROA) e retorno sobre patrimônio líquido (ROE), além de fortalecer o fluxo de caixa e ampliar a capacidade de investir no core business. Contratos bem estruturados também oferecem segurança, garantindo a continuidade operacional e evitando aumentos abusivos de aluguel.
Apesar dessas vantagens, muitas empresas brasileiras resistem a explorar esse potencial. Seja por apego emocional às propriedades, por desconhecimento das alternativas disponíveis ou pela ausência de uma governança patrimonial eficaz, o resultado é a permanência de um ativo de alto valor financeiro sendo subutilizado, enquanto a companhia enfrenta pressões como baixa liquidez, endividamento elevado ou limitações de investimento.
As empresas precisam entender que seus imóveis não são apenas espaços físicos ou símbolos de poder corporativo, mas sim ativos estratégicos que devem ser geridos com inteligência para contribuir com a saúde financeira e o crescimento sustentável do negócio. É hora de desenterrar esse tesouro e transformá-lo em valor tangível para acionistas, colaboradores e clientes.
Por Paulo Casoni, Diretor de Capital Markets na JLL
Entre os ativos esquecidos pelas empresas brasileiras, existe um potencial financeiro adormecido que muitas organizações não percebem ou simplesmente ignoram: seu patrimônio imobiliário. Empresas de diversos segmentos, cuja atividade principal não está no mercado de propriedades, frequentemente possuem bens operacionais e não operacionais que representam um verdadeiro ativo mal explorado.
Com a taxa básica de juros em patamares elevados no Brasil, manter imóveis não operacionais no balanço significa arcar com um alto custo. Esses ativos geram despesas constantes de manutenção, segurança, impostos e seguros, embora pudessem ser convertidos em recursos mais produtivos.
Ainda que negociada abaixo do valor de mercado, a venda desses imóveis pode aprimorar o capital de giro da empresa e, mais estrategicamente, prover a liquidez necessária para reduzir o endividamento. Num cenário de alto custo de capital, a diminuição do passivo financeiro representa uma significativa economia em despesas com juros.
Imóveis operacionais também podem ser uma fonte de recursos valiosos através de operações de sale and leaseback (venda com locação simultânea). Nesta modalidade, a empresa transfere o imóvel a um investidor e, simultaneamente, firma um contrato de locação de longo prazo. Isso permite que a organização continue usando o espaço para suas operações, enquanto libera o capital que estava anteriormente imobilizado no ativo.
Essa estratégia pode melhorar indicadores como retorno sobre ativos (ROA) e retorno sobre patrimônio líquido (ROE), além de fortalecer o fluxo de caixa e ampliar a capacidade de investir no core business. Contratos bem estruturados também oferecem segurança, garantindo a continuidade operacional e evitando aumentos abusivos de aluguel.
Apesar dessas vantagens, muitas empresas brasileiras resistem a explorar esse potencial. Seja por apego emocional às propriedades, por desconhecimento das alternativas disponíveis ou pela ausência de uma governança patrimonial eficaz, o resultado é a permanência de um ativo de alto valor financeiro sendo subutilizado, enquanto a companhia enfrenta pressões como baixa liquidez, endividamento elevado ou limitações de investimento.
Uma mudança de mentalidade estratégica
Em tempos de juros altos e concorrência acirrada, ignorar o potencial financeiro dos imóveis pode ser um erro estratégico custoso. Repensar a gestão patrimonial e adotar uma visão mais dinâmica sobre esses ativos pode destravar valor significativo e proporcionar vantagens competitivas consideráveis.As empresas precisam entender que seus imóveis não são apenas espaços físicos ou símbolos de poder corporativo, mas sim ativos estratégicos que devem ser geridos com inteligência para contribuir com a saúde financeira e o crescimento sustentável do negócio. É hora de desenterrar esse tesouro e transformá-lo em valor tangível para acionistas, colaboradores e clientes.
Por Paulo Casoni, Diretor de Capital Markets na JLL