
O novo papel dos escritórios na estratégia corporativa
Relatório global da JLL destaca foco em eficiência de portfólio, uso de dados e experiência do colaborador
16 de setembro de 2025Mercado Imobiliário
Por Roberto Patiño
O cenário de trabalho global segue em transformação em 2025, com organizações buscando o equilíbrio ideal entre eficiência de portfólio e experiência dos colaboradores.
O mais recente Relatório Global de Benchmarking de Planejamento de Ocupação da JLL aponta uma mudança significativa nas prioridades dos líderes imobiliários corporativos: a otimização de portfólio assumiu a liderança como principal objetivo, superando a redução de custos e a melhoria de relatórios que dominavam em 2024.
Essa evolução reflete o amadurecimento das estratégias de workplace, em que empresas deixam a fase inicial de compreensão dos seus portfólios e passam a explorar o uso estratégico desses insights.
No Brasil, a tendência é a mesma. Pressionadas pelo cenário econômico e pela busca por eficiência operacional, organizações nacionais estão repensando o uso de seus espaços corporativos para maximizar cada metro quadrado, sem abrir mão de ambientes capazes de atrair e engajar os colaboradores.
Dados e analytics: a base para decisões estratégicas
Apesar dos avanços, apenas metade das empresas avaliadas considera sua capacidade de coleta de dados boa (45%) ou excelente (7%). Isso abre espaço para que companhias brasileiras invistam em sistemas mais robustos de gestão de dados.
Entre as métricas mais valorizadas globalmente estão as taxas de utilização (89%), seguidas pelas taxas de ocupação/vacância (74%) e custo por assento (65%), indicadores fundamentais para embasar decisões estratégicas sobre o portfólio.
No entanto, muitas empresas ainda utilizam métodos manuais, como planilhas ou contagens visuais. Tecnologias como sensores de ocupação, sistemas de reservas integrados e análise de vídeo com IA já permitem elevar substancialmente a qualidade dos insights obtidos.
Utilização dos escritórios: avanços e metas
Em 2025, a taxa média global de utilização dos escritórios alcançou 54%, aproximando-se do patamar pré-pandemia, que era de 61%. Apesar disso, as organizações elevaram suas metas para 79%, ampliando o desafio de fechar essa lacuna.
Na América Latina, o índice já chegou a 59%, resultado de uma retomada mais consistente à presença física, reflexo da cultura e do valor atribuído à colaboração presencial. Para alcançar essas metas mais ambiciosas, 55% das empresas reduziram seus espaços no último ano, 42% implementaram mandatos de comparecimento, 38% promoveram mudanças no design dos escritórios e 34% reforçaram programas voltados à experiência do colaborador.
Trabalho Híbrido: estrutura e governança
O trabalho híbrido continua sendo predominante, embora tenhamos observado uma ligeira desaceleração na sua adoção (77% em 2025 vs. 87% em 2024). Notamos também uma tendência clara em direção a abordagens mais estruturadas, com 49% das organizações exigindo um número fixo de dias no escritório em 2025, um aumento significativo em relação aos 27% em 2023.
Os objetivos do trabalho híbrido também evoluíram. A otimização da utilização do espaço fortaleceu sua posição como objetivo principal (81%), enquanto a melhoria da experiência do colaborador ultrapassou o suporte a mudanças de estilo de trabalho para se tornar o segundo fator mais importante (67%).
No Brasil, cresce a adoção de políticas híbridas estruturadas, com dias específicos de comparecimento obrigatório, o que permite maior previsibilidade na ocupação e uso mais eficiente dos espaços.
Transformando espaços individuais e colaborativos
A prática de assentos compartilhados segue em expansão, com a relação de ocupação passando de 1,1 para 1,3 pessoa por estação de trabalho. Em paralelo, 35% das empresas ampliaram áreas de colaboração, outras 35% adicionaram salas para chamadas privadas, 28% expandiram espaços de foco para trabalho concentrado e 20% incorporaram ambientes de bem-estar e salas para mães.
Esse movimento evidencia a compreensão de que o escritório moderno precisa funcionar como um hub de colaboração, sem deixar de oferecer condições adequadas ao trabalho individual, equilibrando produtividade e experiência humana.
O momento atual exige uma abordagem estratégica para os espaços corporativos, equilibrando eficiência operacional com a criação de ambientes capazes de atrair as pessoas de volta ao escritório.
Empresas que adotarem uma gestão orientada por dados, com visão holística e conectada às novas formas de trabalho, estarão mais bem posicionadas para impulsionar produtividade, engajamento e valor sustentável em seus portfólios.
O cenário de trabalho global segue em transformação em 2025, com organizações buscando o equilíbrio ideal entre eficiência de portfólio e experiência dos colaboradores.
O mais recente Relatório Global de Benchmarking de Planejamento de Ocupação da JLL aponta uma mudança significativa nas prioridades dos líderes imobiliários corporativos: a otimização de portfólio assumiu a liderança como principal objetivo, superando a redução de custos e a melhoria de relatórios que dominavam em 2024.
Essa evolução reflete o amadurecimento das estratégias de workplace, em que empresas deixam a fase inicial de compreensão dos seus portfólios e passam a explorar o uso estratégico desses insights.
No Brasil, a tendência é a mesma. Pressionadas pelo cenário econômico e pela busca por eficiência operacional, organizações nacionais estão repensando o uso de seus espaços corporativos para maximizar cada metro quadrado, sem abrir mão de ambientes capazes de atrair e engajar os colaboradores.
Dados e analytics: a base para decisões estratégicas
Apesar dos avanços, apenas metade das empresas avaliadas considera sua capacidade de coleta de dados boa (45%) ou excelente (7%). Isso abre espaço para que companhias brasileiras invistam em sistemas mais robustos de gestão de dados.
Entre as métricas mais valorizadas globalmente estão as taxas de utilização (89%), seguidas pelas taxas de ocupação/vacância (74%) e custo por assento (65%), indicadores fundamentais para embasar decisões estratégicas sobre o portfólio.
No entanto, muitas empresas ainda utilizam métodos manuais, como planilhas ou contagens visuais. Tecnologias como sensores de ocupação, sistemas de reservas integrados e análise de vídeo com IA já permitem elevar substancialmente a qualidade dos insights obtidos.
Utilização dos escritórios: avanços e metas
Em 2025, a taxa média global de utilização dos escritórios alcançou 54%, aproximando-se do patamar pré-pandemia, que era de 61%. Apesar disso, as organizações elevaram suas metas para 79%, ampliando o desafio de fechar essa lacuna.
Na América Latina, o índice já chegou a 59%, resultado de uma retomada mais consistente à presença física, reflexo da cultura e do valor atribuído à colaboração presencial. Para alcançar essas metas mais ambiciosas, 55% das empresas reduziram seus espaços no último ano, 42% implementaram mandatos de comparecimento, 38% promoveram mudanças no design dos escritórios e 34% reforçaram programas voltados à experiência do colaborador.
Trabalho Híbrido: estrutura e governança
O trabalho híbrido continua sendo predominante, embora tenhamos observado uma ligeira desaceleração na sua adoção (77% em 2025 vs. 87% em 2024). Notamos também uma tendência clara em direção a abordagens mais estruturadas, com 49% das organizações exigindo um número fixo de dias no escritório em 2025, um aumento significativo em relação aos 27% em 2023.
Os objetivos do trabalho híbrido também evoluíram. A otimização da utilização do espaço fortaleceu sua posição como objetivo principal (81%), enquanto a melhoria da experiência do colaborador ultrapassou o suporte a mudanças de estilo de trabalho para se tornar o segundo fator mais importante (67%).
No Brasil, cresce a adoção de políticas híbridas estruturadas, com dias específicos de comparecimento obrigatório, o que permite maior previsibilidade na ocupação e uso mais eficiente dos espaços.
Transformando espaços individuais e colaborativos
A prática de assentos compartilhados segue em expansão, com a relação de ocupação passando de 1,1 para 1,3 pessoa por estação de trabalho. Em paralelo, 35% das empresas ampliaram áreas de colaboração, outras 35% adicionaram salas para chamadas privadas, 28% expandiram espaços de foco para trabalho concentrado e 20% incorporaram ambientes de bem-estar e salas para mães.
Esse movimento evidencia a compreensão de que o escritório moderno precisa funcionar como um hub de colaboração, sem deixar de oferecer condições adequadas ao trabalho individual, equilibrando produtividade e experiência humana.
O momento atual exige uma abordagem estratégica para os espaços corporativos, equilibrando eficiência operacional com a criação de ambientes capazes de atrair as pessoas de volta ao escritório.
Empresas que adotarem uma gestão orientada por dados, com visão holística e conectada às novas formas de trabalho, estarão mais bem posicionadas para impulsionar produtividade, engajamento e valor sustentável em seus portfólios.